Vídeo: soltura de tartaruga no parna divisor

Cadastramento de famílias a serem reassentadas: Área Sul.

PARNA Serra do Divisor

Solicitante: Fernando França Maia Protocolo: 2009091616100312 Local: Porto Walter/Mal. Thaumaturgo Objetivo da Viagem : Solicito o pagamento de 10 diárias para o servidor Fernando França Maia participar de uma atividade de cadastramento de famílias na área sul do PARNA da Serra do Divisor, para fins de reassentamento. Essa atividade está sendo realizada através de uma parceria firmada entre a equipe do PARNA da Serra do Divisor e a Unidade Avançada do INCRA em Cruzeiro do Sul. Nome CPF Função Periodo Fernando França Maia 592.639.032-04 Funcionário da UC 17/9/2009 a 27/9/2009 Justificado em: 19/10/2009 19:09:28 por: Fernando França Maia Atividades Exercidas: - Realização de cadastro com as famílias moradoras no entorno e na área do PARNA da Serra do Divisor; - Aplicação de questionário socioambiental e econömico com as famílias alvo a serem reassentadas no PAE Porongaba, projeto este desenvolvido pelo INCRA em parceria com a UC PARNA Serra do Divisor; - Realização de reunião com as famílias interessadas e que realizaram o cadastro para serem alocadas no local disponibilizado. Metas Alcançadas: - Cadastro de famílias realizado com sucesso; - Aplicação do questionário atingindo cerca de 90% das famílias que demostraram interesse, somente ficando pendente cerca de 10% pelo fato dos interessados não portarem documentaçao para legalizar o processo; - Realização de reunião com uma grande comparecimento e participação das famílias para a construção do Plano de Utilização da área. Relatório dos Estagiários de Engenharia Florestal da UFAC que acompanharam a atividade

Atividades de campo em novembro

Paulo,

Na minha mais recente ida a Rio Branco, estive com os professores do Curso de Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais da UFAC, mais especificamente com Marcos Silveira e Cleber Salimon. Eles estão organizando uma saída de campo para o pé da serra, no intuito de fazer uma comparação do topo da serra com a área de planície. O período planejado é entre 16/11 e 5/12. No dia 23 deve haver um incremento na turma, com a chegada de alguns professores. Estou tentando viabilizar com o Miro o deslocamento e eventuais apoios necessários.
São cerca de 15 participantes, entre alunos e professores. De Cruzeiro, a Profª Erlei vai participar.
Espero que você possa ampanhar esta atividade. Estamos com 3 alunos da Engenharia Florestal estagiando conosco, talvez eles tenham disponibilidade de acompanhar, assim como a Anne Jamille, ex-estagiária de Biologia, quer juntar-se ao nosso "grupo de pesquisa" ainda em formação. O foco dela deve ser a ecologia do Uacari, para uma possível tese de mestrado.

Devo estar acompanhando Roberta Graf, coordenadora estadual do Programa de Agentes Ambientais Voluntários do Ibama, em viagem de monitoramento dos agentes das Terras Indígenas do entorno do Parque dentro deste período (23-29/11). Pretendo estender minha viagem até a serra para acompanhar parte dos trabalhos, e reunir com a comunidade.

Aguardo seu retorno a Cruzeiro do Sul para detalharmos melhor estas atividades.

Como está o Rio de Janeiro? Estabeleça aqueles bons contatos dentro do Funbio, pois são muito importantes, sobretudo com o pessoal da Conta Vinculada.
E poste alguma notícia no nosso blog, por favor. Estou copiando este email lá.

Atenciosamente,
Pablo.

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Cruzeiro do Sul - Acre - Brasil
skype: pablo.saldo
Telefone: 68 3322 3380
Fone/Fax: 68 3322 1291
Celular: 68 9975 3591
http://pablosando.blogspot.com
msn: pablo.saldo@ibama.gov.br
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"Infeliz a instrução que não se converte em moralidade e em piedade."
Comenius (1592 - 1670)

Re: pesquisa com PARNAs

2009/10/19 Ana Carolina Pavão <aninha_pavao@yahoo.com.br>

Prezado gestor,  Mmeu nome á Ana Carolina Pavão, sou aluna do Programa de Pós Graduação em Diversidade Biológica e Conservação da Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba-SP. Eu e uma colega, Suélen Bellinassi, estamos realizando um trabalho relacionado a gestão e uso público de Unidades de Conservação, como parte da avaliação de uma disciplina. No intuito de conhecer melhor a realidade envolvida nos processos de gestão e uso público, gostaríamos de contar com sua colaboração respondendo a um pequeno questionário. Com isso pretendemos unir conhecimentos teóricos e práticos que nos ajudem na compreensão dos mecanismos envolvidos nesses processos em diferentes UCs. Além das perguntas apresentadas no questionário em anexo, fiquem a vontade para acrescentar informações, caso achem pertinente. Se puderem enviar a resposta até o dia 26/10 seria ótimo.   Desde já agradecemos a atenção.   Att   Ana Carolina e Suélen.   Ana Carolina Pavão Ecóloga Mestranda em Diversidade Biológica e Conservação UFSCar - Sorocaba/SP

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Prezada Ana Carolina e demais colegas,

O questionário respondido sobre o PARNA Serra do Divisor encontra-se disponível online, no endereço:
http://docs.google.com/Doc?docid=0AWCqMpbX0RPWZGdqdjh6dGZfNDZnY21nZ2Y5bg&hl=en

Atenciosamente,
Pablo de Avila Saldo
Chefe do PARNA Serra do Divisor
Analista Ambiental - ICMBio - Acre

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Sequência de reuniões em Rio Branco - (re)articulação com parceiros

PARNA Serra do Divisor

Solicitante: Pablo de Avila Saldo Protocolo: 2009092911414412 Local: Rio Branco/AC Objetivo da Viagem : Diárias para o chefe da UC reunir com parceiros em Rio Branco, entre os dias 3 e 9 de outubro. Se faz necessária a ida no final de semana pelo fato de um dos parceiros viajar na segunda-feira,... Periodo para justificativa: 9/10/2009 a 15/10/2009 Nome CPF Função Periodo PABLO DE AVILA SALDO Funcionário da UC 3/10/2009 a 9/10/2009 Justificado em: 15/10/2009 11:22:19 por: Pablo de Avila Saldo Atividades Exercidas: 4/10 - reunião Marinelson Brilhante: provável colaborador em projeto de recuperação de áreas alteradas a ser submetido ao Fundo Nacional de Meio ambiente. 5/10 - refinamento das datas e horários das reuniões com contatos telefônicos com os parceiros já programados. Ida à sala do ICMBio no prédio da SUPES/IBAMA/AC para notificar a presença na capital e trocar informações de diversos aspectos com colegas de ambas instituições. 6/10, manha: Reunião PESACRE, planejamento do intercâmbio de alternativas ao uso do fogo nas atividades agrícolas das famílias residentes no PNSD, parceria na submissão de projetos para o FNMA e planejamento de atividades conjuntas para o ano de 2010. 6/10, manhã: reunião articulador estadual Territórios da Cidadania (MDA): Planejamento de ações para o ano de 2009, indicação do conselho consultivo do PNSD como boa prática territorial a ser divulgada no âmbito do Programa Territórios da Cidadania, apoio no planejamento de alocação de insumos para a viabilização e fortalecimento do Território da Cidadania do Vale do Juruá/AC. 6/10, tarde: Reunião professores e alunos do curso de mestrado em ecologia e manejo dos recursos naturais da UFAC, com o objetivo de planejar curso de campo no interior da PNSD. 7/10, manhã: reunião SETUL, acerca de projeto de implementação do ecoturismo no PNSD através de recursos de compensação ambiental e rearticulação da parceria com a secretaria. 7/10, tarde: reunião SEMA, tranferida para a tarde do dia 8 por alterações na agenda da Sra. Silvana Lessa. 8/10, manhã: reunião WWF para rearticulação da parceria, apresentação do planejamento de atividades de ambos para 2010 e captação de informações acerca de profissionais capacitados a aopiar as ações planejadas no banco de talentos da instituição. 8/10 tarde: reunião SEMA: apoio na difusão do SEANP/AC, estratégias de fortalecimento da parceira SEMA+ICMBio no Juruá, troca de informações acerca de planejamento de atividades para 2010, rrecolhimento de equipamento do PNSD em posse da SEMA para manutenção. 9/10, manhã: contato com colegas icmbio+ibama e retorno para Cruzeiro do Sul. Metas Alcançadas: 7 reuniões realizadas. Chefia do PNSD rearticulada com os principais parceiro na capital 1 CPU recuperada Observações: Outras reuniões planejadas não foram executadas por falta de espaço nas agendas dos parceiros: SOS Amazônia: Reaproximação com a nova chefia da Unidade, recolhimento de informações detalhadas sobre açoes da parceira no interior e entorno da UC; EMBRAPA: possibilidade de transferência de tecnologia para famílias residente e no entorno da UC. Deputado Henrique Afonso: alocação de emendas e outras formas de apoio a Unidade de Conservação, sobretudo no que diz respeito à regularização fundiária e indenização de posseiros e proprietários.

ICMBio e e UFAC promovem seminário de integração

No dia 2 de setembro, a equipe do PARNA Serra do Divisor/AC, servidores da CGPEQ/ICMBio, professores e alunos do curso de Bachararelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, encontraram-se para fortalecer a parceria entre as duas instituições, através do I Seminário de Integração ICMBio+UFAC, que teve como tema "Dinamizando a Pesquisa e a Interpretação Ambiental no Parque Nacional da Serra do Divisor".

O seminário promoveu a divulgação das pesquisas necessárias para um melhor manejo do parque, bem como ampliou o conhecimento sobre a biodiversidade presente na unidade. Foi a oportunidade do grupo de alunos da UFAC que estagiaram no PNSD apresentarem um pouco do trabalho realizado, e os professores, as novas pesquisas realizadas na unidade após a elaboração do Plano de Manejo. Destaque especial para Leôncio Cerqueira de Menezes, ex-monitor de projeto da ONG SOS Amazônia e hoje servidor terceirizado do ICMBio, falar do histórico do projeto de monitoramento de quelônios do Alto Juruá e apresentar uma longa trajetória de vida em defesa da preservação ambiental, que emocionou a todos.

Ao final do encontro, estratégias para que ambas as instituições cumpram melhor os seus objetivos foram idealizadas, como a revisão do Plano de Manejo do PNSD em parceria com a universidade, instalações de pesquisa no interior da unidade que comportem os professores com seus alunos e uma melhor acompanhamento técnico-científico por parte da UFAC na orientação dos estágios supervisionados realizados no parque.

Participaram cerca de 200 pessoas, entre servidores do ICMBio em Cruzeiro do Sul, alunos e professores da UFAC - Campus Floresta.

Confira a programação:

Programa ARPA: Subcomponente Participação Comunitária

Pra quem não sabe, ARPA é o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (da sigla em inglês Amazon Region Protected Areas). É um programa do Governo Federal, financiado por doadores internacionais, com o objetivo de proteger 50 milhões de hectares da Amazônia.

Dentre as estratégias de conservação, está a promoção do desenvolvimento das populações no entorno das UC de Proteção Integral, minimizando o impacto dessas populações dentro ou fora das Unidades.

É aí que entra o Subcomponente Participação comunitária.

No entorno do PNSD foram contemplados 4 projetos através das seguintes instituições: APIWTXA, CPI/AC, SOS Amazônia e Amigos das Águas do Juruá.

Neste momento, estamos no Centro Yorenka Ãtame (Saberes da Floresta), onde os índios Ashaninka estão desenvolvendo uma estratégia de repasse e construção de conhecimentos juntamente com outras populações tradicionais. Para tanto, o apoio do ARPA foi fundamental, permitindo que moradores da RESEX Alto Juruá e comunidades no entorno imediato participassem de cursos realizados no centro, como o de meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e de Sistemas Agroflorestais (SAFs).

Quando digo, estamos, é porque Marina Kahn, consultora do Funbio para acompanhar a totalidade do os projetos, está aqui para supervisionar a aplicação dos recursos e avaliar os resultados obtidos com os quatro selecionadoss. Também podemos verificar as atividades da CPI/AC, que se consorciam com as da APIWTXA, mas dentro de uma ótica de fortalecimento institucional das organizações indígenas e não indígenas no Alto Juruá Acreano.

Durante a nossa estadia no Yorenka, também tivemos a grata surpresa de presenciar a refundação da Aliança dos Povos da Floresta, durante uma oficina de elaboração do Plano de Manejo da Reserva extrativista do Alto Juruá.

Amanhã, vamos acompanhar as ações da SOS Amazônia e, a partir do dia 28, em Cruzeiro do Sul, reuniremos com os Amigos das Águas do Juruá.

Projeto Nacional de Apoio a Telecentros - PNAT

Em 13 de Julho, recebemos o memorando abaixo, comunicando de importante iniciativa do Governo Federal, onde a região do vale do Juruá foi uma das precursoras, através do Trabalho da Rede Povos da Floresta:

Os documentos abaixo detalham a iniciativa:

Após vários contatos com diversos parceiros, submetemos a seguinte proposta de distribuição dos Telecentros ao redor do PNSD nesta primeira fase:

Destes, apenas o telecentro do Yorenka Ãtame já dispõe de infraestrutra mínima. Os demais devem ser implementados através da parceria entre Sindicatos de Trabalhadores Rurais e Secretarias de Educação, estadual e municipais. O Programa Luz para Todos também deve vir a ser um grande aliado nesta iniciativa.
Confira a documentação enviada:

A tartaruga, o gerador e a Serra do Divisor

Viajamos ao Pé da Serra numa missão urgente: soltar uma tartaruga de 64kg, em período de desova. A mesma fora apreendida pelo IBAMA de Cruzeiro do Sul, e a serra foi identificada pelo chefe do Escritório como o local mais adequado, apesar de não ser o seu habitat natural...

A equipe foi composta por mim, Alenaldo e Zezinho (colaboradores do IBAMA e do ICMBio), Miro (nosso zelador no pé da serra e "pau-pra-toda-obra") e seu filho Paulo. "Aproveitamos", e levamos um gerador trifásico de 12,5KVA para ser instalado no PIC (Posto de Informação e Controle) Pé da Serra. Incorporamos mais um componente, o eletrecista Nascimento, na equipe.

A canoa, de propriedade do Miro, partiu bem carregada. Levávamos ainda material de limpeza e botijões de gás para o PIC, além da bagagem e combustível (150 litros de gasolina da viagem, 20 litros de Diesel para o gerador e mais R$100,00 de gasolina do Miro). Colocar o gerador na canoa deu algum trabalho... A tartaruga foi "devidamente" acondicionada numa caixa d'água de 250 litros. A embarcação, de 1,5 tonetadas, foi equipada equipada com um motor Honda de 13HP, de propriedade do PNSD. Partimos do porto do Japiim, em Mâncio Lima, por volta de 14:00. "Almoçamos" uma farofa de moela com arroz integral, cortesia da minha esposa.

Levamos cerca de 2:30h para sair no Moa, chegando às 22:30 na Base em São Salvador, onde pernoitamos. A partir das 19:30, foi preciso ir "facheando" o rio, evitando paus, barrancos e bancos de areia. A base está completamente militarizada, com símbolos do 61º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), apesar de ser de propriedade do IBAMA. Fruto, principalmente, de nossa ausência, acredito. Encontramos uma reforma profunda: foram instalados dois novos geradores, e toda a parte elétrica e hidráulica estava sendo trocado. Fomos recepcionados pelo Ten. Leite, e alojados na Enfermaria. Miro e Paulo dormiram na casa próximo ao rio, para tomar contar da canoa. Tomamos um café com bolacha e fomos dormir.

Alvorada do dia 15, tomamos café e seguimos viagem às 7:00. A partir do rio Azul, o Moa estava bastante seco, e com muito pau, aluns troncos grandes. Chegamos no pé da serra por volta de 16:00, com muia fome. Miro foi providenciar uma galinha e nos encarregamos de descarregar o barco, com a ajuda de moradores que ele foi angariando pelo caminho. Foram precisos 8 homens para descarregar o gerador e levá-lo até a casa de força, no alto do barranco. Procedemos à instalação do gerador o que aconteceu até as 20:15, por problema nas escovas, o que demorou um pouco a até ser precebido. Jantamos a galinha a fomos dormir.

16/08/2009 - domingo: alvorada às 6:30, com a radiância do sol. Tomamos café e fomos proceder à soltura da tartaruga, em duas canoas, conduzidas por Júlio e alisson, jovens da comunidade, indicados por Miro. No trajeto, já na foz do igarapé Ramon, encontramos uma espécie de acampamento, do Sr. Anísio, morador veterano do pé da serra, que devia estar pescando nas proximidades.

Realizamos a soltura numa praia no Moa, acima da "boca" do Ramon. Aparentemente tudo ok. Procuramos pelo Sr. Anísio no Moa e no Ramon, sem sucesso. A equipe do Ramon encontrou uma turma de 4 caçadores, chefiada pelo Sr. Mundico, morador do pé da serra (+ um irmão, um genro e um filho). Haviam caçado 3 queixadas e duas pacas. Encontramos com eles 4 armadilhas de espera, que foram apreendidas. Também não carregavam os registros das espingardas "pra não molhar". Foram devidamente orientados, advertidos da presença da tartaruga e liberados. Os mesmos informaram que havia outra turma de caçadores, moradores do ig. Zumira, acampados acima do do ig. Brasil. Solicitamos ao Sr. Mundico que transmitisse ao Miro que organizassem uma reunião na comunidade no final da tarde.

Retornando, fizemos uma parada na "cachoeira" do pedernal. A mesma estava em excelentes condições para banho. Durante a permanência no pedernal, o Sr. Aldemir, acompanhado de outro morador, subiram o Moa para pescar, munidos de espinhéis. Foram advertidos da presença da tartaruga e solicitados a não utilizar o motor, fazendo uso dos remos, a aprtir do pedernar, para colaborar na adaptação do animal. Percebemos que a área do cânion do Moa, acima do pedernal está bastante frequentada por caçadores e pescadores.

Havíamos sido informados de que um morador havia "brocado" uma área de capoeira na região no ig. Pirapora, interior da serra. Verificamos o local, de cerca de 1 ha, derrubado e sem queimar. Desmanchamos um pequeno tapiri, recolhemo uma lona e algum lixo, seguindo viagem.

A cachoeira do Pirapora estava em bom estado e a placa no devi local, um pouco encoberta pela vegetação.

Procedemos à cachoeira do ar condicionado. A trilha encontra-se em razoável estado de conservação, necessitando melhorias numa travessia alta do igarapé. A placa da cacheira foi derrubada e rasgada, num ato de vandalismo. Verificamos que outras placas estão danificadas, sobretudo a tiros de espingarda. A área do ar condicionado estava bem preservada, e propícia ao lazer.

Procedemos ao Buraco da central: placa caída e uma lata de cerveja no interior da caldeira; vestígios de fogueira recente. Uma peça da caldeira encontrava-se enterrada na areia. Local em boas condições para banho, necessita de algum cuidado nas pedras (Alenaldo cortou o calcanhar).

Retornamos ao PIC, que necessita de um reaparelhamento: materiais de cozinha, lencóis e fronhas, reformulação do sistema de captação de água ("mergulhão de baixa potência").

A reunião fora marcada para as 16:00, "horário velho". Dirigi-me a caso do Miro, local da reunião. A família do Sr. Mundico deixou um "vaso" de carne de queixada para o Miro e sua família. Fomos informados de que a deputada Maria Antônia e o ex-prefeito de Rodrigues Alves Deda haviam estado na comunidade na semana passada, e deixado dois kits com gerador, televisão e parabólica nas "casas principais", a do Miro e a do Sr. Bilau, um tanto abaixo.

Às 16:30 procedemos o início da reunião: me re-apresentei como novo chefe do PNSD, falei da reestrutração institucional e da equipe que está em curso e demos prosseguimento aos assuntos em pauta: a presença da tartaruga; caça e pesca no interior da serra; condições das trilhas; o desmate no ig. pirapora; a instalação do gerados e a atuação dos representantes da comunidade junto ao ICMBio. Foi solicitado aos moradores que evitassem a área acima do pedernal, principalmente nos próximos 30 dias, período provável da desova da tartaruga. Houve muita resistência, pois a serra tornou-se a principal área de caça e pesca, principalmente devido às invasões com cachorro no restante da área. Partiu-se para uma longa discussão sobre os meios de eliminar o problema, sobretudo na própria comunidade, dentre eles a presença constante de militates do 61BIS no PIC, controlando a área. Apresentei a placa danificada do ar condicionado e comentei a situação das trilhas, lamentando de que a chuva e o pouco tempo disponível impossibilitassem a verificação de outros locais, como a cachoeira formosa e o mirante. Ficou acordado de que Miro iria compor uma equipe para verificar as necessidade de manutenção, levando a lista de insumos numa próxima viagem. Foi comentado também a necessidade de garantir o acompanhamento de um guia local para assegurar uma melhor manutenção dos atrativos turisticos, monitorando os visitantes, e de que se faz preciso que esta orientação seja dada já no escritório do PNSD em Cruzeiro do Sul. Solicitaram também uma placa em Mâncio Lima orientando os visitantes a solicitarem autorizaação do ICMBio para entrarem no PNSD.

O sr. Edson, responsável pelo desmate no Pirapora, alegou não dispor de outras capoeiras para plantar, então havia retornadoà sua colocação original, pois inclusive havia sido cadastrado como morador daquela localidade. O mesmo foi orientado a interromper a sua atividade no interior da serra e buscar junto à comunidade um espaço para o seu plantio. Iniciou-se uma discussão sobre conflitos de uso da terra, com a inserção de roçados no lado do rio tradicionalmente utilizado para a criação de porcos. Muito se discutiu, várias acusações sobre quem seria o responsável (o que também já havia acontecido no caso da caça), sem ser possível chegar-se a um acordo. Ficou na responsabilidade de a comunidade, orientada pelas suas lideranças, providenciar resolução no caso do Sr. Edson, e de que a equipe do PNSD utilizaria da tecnologia disponível (imagens de satélite, GPS) caso isso fosse necessário. Este tópico serviu de abertura para falarmos das representações da comunidade frente ao ICMBio e suas atuações locais: há algum tempo recebemos reclamações por parte da comunidade e de outros conselheiros, de que o representante da comunidade no Conselho Consultivo do Parque, "Zé do Anísio", não vinha cumprindo com suas obrigações. Vários declararm de que ele não realiza reuniões na comunidade, nem antes, nem após as reuniões do conselho; de que não estava repassando nenhuma informação; de quem acabava fazendo este papel era o Miro, por estar em maior contato com a equipe do PNSD. Foram orientados de que, se o conselheiro não tem cumprido o seu papel satisfatoriamente, que o mesmo podia ser substituído, como acontecera anteriormente, e de que a equipe do Parque poderia estar intermediando esta ação se a comunidade achasse preciso, mas de que a comunidade tinha total autonomia nesta decisão. Ficaram de conversar com Zé do Anísio e buscar um entendimento. Miro foi muito elogiado na condução dos seus trabalhos como zelador, guarda-parque informal e guia local, informando e contanto com a ajuda dos moradores da comunidade. Neilson, agente ambiental voluntário do IBAMA também colocou seu procedimento de realizar reuniões com a comunidade para tratar dos assuntos referentes ao seu plano de trabalho, o qual não foi questionado, mas notei que o mesmo não tinha muito a apresentar, talvez por falta de apoio institucional. O mesmo foi informado de que o programa de agentes ambientais voluntários estava sendo oficialmente descontinuado em todas as UC Federais, mas de que o mesmo teria todo o apoio da administração do PNSD na realização de ações voluntárias de educação ambiental na comunidade, que é uma das mais, senão a mais, estratégicas para o manejo da Unidade.

Por final, informamos da instalação do gerador, que tem capacidade de atender ao PIC e aos interesses coletivos da comunidade, inclusive de instalação de oficina de artesanato ou outra forma de desenvolvimento, desde que dentro de normas adequadas, e que a implantação de qualquer proposta, inclusive iluminação das residências, dependia de um planejamento e acordo prévio, com a comunidade garantindoa manutenção do uso diretamente ou através de algum apoio. Não houve enhuma proposta no momento, mas os participantes se disseramsatisfeitos com tudo o que ouviram, significando que a gestão do Parque estava ali para apoiar a comunidade, desde que a mesma entrasse em clima de entendimento interno e com as regras da Unidade. Por volta de 19:00 encerramos a reunião, que contou com cerca de 35 pessoas (29 assinaram a lista de presença) e com um esvaziamento considerável a partir das 18:00 quando muitos evangélicos dirigiram-se para o seu culto dominical.

O que percebi foi que a longa ausência institucional minou a pouca organização que havia na comunidade há alguns anos, e que facilitou os desvios das regras vigentes. Se faz necessário um trabalho de fortalecimento da organização, paralelo à ações de promoção do desenvolvimento da comunidade em bases sustentáveis e diminuição do impacto sobre a biodiversidade, uma vez que a manutenção da comunidade é importante para o turismo no local. Os problemas relatados pareem sempre ter existido, mas encontram-se muito ampliados.

Durante a reunião, o Sr. Chico Rocha, da comunidade Zumira, desceu o rio vindo do interior da serra, conduzindo uma canoa e outra a reboque, com sua família e um cachorro. Mesmo sendo chamado a parar não atendeu à solicitação. Os moradores disseram que, "uma vez por ano", ele tem tal procedimento e que a antiga chefe, Camila já havia se aborrecido muito com ele em outras ocasiões, que o mesmo era muito "enrolão", "passava a conversa" em todo mundo, "até no BIS". Propus irmos até a residência no mesmo no dia seguinte, mas fui desaconselhado por ser muito no interior do igarapé, demandando longa caminhada pelos pastos da comunidade Zumira.

No dia 17, retornamos a Cruzeiro do Sul. Fomos abordados pelos Srs. Vilson e Edson. O primeiro queria uma autorização para aproveitar a segunda metade de um "âmago" que havia caído no interior da serra. Ele já havia sido autorizado a utilizar a madeira para construção de uma canoa grande para viajar a Mâncio Lima, e agora queria aproveitar o restante para construir uma canoa pequena, para uso na comunidade, e sabendo da que o Parque estava com nova chefia, aguardava uma possibilidade para tratar do assunto. Primeiramente, foi orientado de que tal assunto era melhor ser discutido com o conjunto da comunidade, preferencialmente na reunião da véspera. Miro confirmou a situação exposta (o que foi novamente confirmada pelo AA Fernando Maia no escritório do ICMBio) e o mesmo foi autorizado, desde que utilizasse o mínimo possível a motosserra no interior da Serra, seguindo também as orientações já expostas na reunião.

O Sr. Edson insistia de que resolvêssemos a situção dele, pedindo autorização para utilizar a área derrubada "apenas" este ano, enquanto ele procuraria uma nova área para trabalhar no próximo ano. Foi mais uma vez desautorizado a continuar, podendo ser efetivamente multado caso desrespeitasse a orientação, e que procurasse junto aos moradores uma área adequada. Aguns comentários dão conta de que o Sr. Edson tem problemas de relacionamento com diversos vizinhos, por motivos variados, tendo iclusive, deixado a área do PNSD, ido para a cidade e reotrnado há 3 anos, mudando de residência por duas vezes.

Seguimos viagem, paramos na base em São Salvador às 13:30, entramos no Japiim às 17:15, aportando em Mâncio Lima ás 18:45, aguardando o veículo do ICMBio até as 19:30, chegando em Cruzeiro do Sul, por volta de 20:00 do dia 17 de agosto de 2009.

Aonde há mais vida!!!

O Parque Nacional da Serra do Divisor é considerado um dos locais de maior biodiversidade do Planeta. São mais de oitocentos mil hectares de vida, e vida em abundância. Como toda Unidade de Conservação em países tropicais em desenvolvimento, tem os seus desafios de manejo: no nosso caso específico considero a compatibilização da presença de cerca de mil famílias residentes com a preservação dessa biodiversidade, o maior deles; estimular o conhecimento, a pesquisa, o monitoramento e a interprestação ambiental também é fundamental; bem como organizar e estimular a visitação, cumprindo com os objetivos principais de um Parque Nacional.

Este blog pretende ser um facilitador disso tudo, dando transparência à gestão que está sendo realizada no Parque, divulgando as ações realizadas pela equipe do ICMBio responsável pelo manejo da Unidade, bem como os seus parceiros.

Também pretendemos nos aproximar da população em geral, sebretudo da do vale do Juruá, mas também visitantes de todo o mundo que já passaram pelo PNSD, ou pretendem conhecê-lo . Deixe o seu recado, link para suas fotos e vídeos, outros blogs e páginas relacionadas.

Este blog é nosso: é meu, é seu, é de todos nós! Dê a sua contribuição: perguntas, comentários, sugestões e seja bem vindo!!!

Pablo de Avila Saldo

Chefe do PARNA Serra do Divisor

Analista Ambiental - ICMBio - Acre